chorar pelo leite derramado

A dor daquilo que poderia ter sido e não foi.

Cresci ouvindo meu pai dizer que não adiantava reclamar sobre o passado –“chorar em cima do leite derramado” – ele não tolerava ouvir as histórias das dificuldades vividas pelos amigos compatriotas imigrantes.

Hoje percebo que o maior sofrimento das pessoas não se refere ao “leite derramado”, ou seja, a fatos ocorridos no passado. Existe uma dor maior principalmente quando envolve relacionamentos.

A pior dor que uma pessoa costuma sentir é “a dor daquilo que poderia ter sido e não foi”.

Em relacionamentos geralmente imaginamos para a nossa vida uma história perfeita, num cenário perfeito. Passamos a focar apenas na realização dessa história perfeita e deixamos de apreciar o que acontece de fato. Então não conseguimos perceber as pessoas como elas realmente são e as qualidades que elas tem, continuamos obstinadamente focado apenas na idealização criada na mente, ou seja como gostaria que elas fossem.

“Poderia ter sido tão diferente”…”Não me conformo que ele/ela fez aquilo…” “Porque ele/ela não cuida melhor…” Algo que nunca aconteceu torna-se um sofrimento real.

A incapacidade de perceber a realidade sequestra a pessoa em seu mundo imaginário. Porém a dor sofrida é real. Mágoas, sentimento de injustiça, indignação, revolta, raiva, solidão, rejeição tornam-se o caos real.

Não há um “leite derramado”, um fato concreto ocorrido, há apenas a dor daquilo que poderia ter sido e não foi…

Como somos capazes de criar tanto sofrimento quando o que buscamos é a felicidade?

Viver a realidade e a aceitá-la como ela se apresenta é uma habilidade que se cria. Aceitar aqui não significa gostar ou concordar com isso. Para viver os fatos reais, conforme elas surgem, requer que sejamos protagonistas da própria vida, assumindo nossos acertos e inadequações como natural.

Essa é a diferença entre quem realmente vive a vida com prazer e quem quer apenas prazer na vida, quem quer consumir cada instante, afinal amanhã não sabe o que será…

Precisamos urgentemente:

  • Assumir o protagonismo pela nossa vida.
  • Enxergar como parte de nosso crescimento pessoal nossos fracassos e insucessos.
  • Ser pró-ativo naquilo que queremos, ao invés de terceirizar nossas necessidades.
  • Viver o momento presente com os pés no agora.

Casos contrários estaremos sempre sofrendo por causa ” daquilo que poderia ter sido e não foi”. A dor mais inútil que alguém pode sentir.

Continue!

Silva, você já deu grandes passos em direção a ser líder da sua vida!

Um forte abraço,

Dirce Katayama

 

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