O conceito de criança livre, usado em muitos treinamentos do Núcleo Ser, tem muito a ver com a estrutura da personalidade das pessoas. Esse conceito vem da análise transacional, desenvolvida pelo psiquiatra Eric Berne.
Por meio de uma análise dos estados de ego das pessoas – a maneira como as pessoas se comportam dependendo das suas emoções, pensamentos e percepções – podemos compreender melhor como cada um funciona. Esse conceito de Berne divide a estrutura da personalidade em três estados de ego, que vamos explicar melhor abaixo.
Ego Pai
Esse é o estado em que a pessoa age de acordo com padrões que foram aprendidos em sua infância. Ele age, pensa e fala de acordo com memórias gravadas na mente, do que é certo ou errado, do que devemos acreditar ou não.
Ego Adulto
O estado adulto é o mais racional e realista, onde as decisões são tomadas. É um estado baseado na lógica, que pensa de forma realista e não deixa as emoções influenciarem suas decisões.
Ego Criança (livre e adaptada)
O estado do ego criança é dividido em dois, livre e adaptada. A criança livre é lado mais puro da criança em termos de alegria, iniciativa, espontaneidade, criatividade e alegria. É o lado não tocado da criança. Já o estado criança adaptada é o lado obediente, que está preocupado com o que estão pensando – o estado em que a criança avalia o que pode e o que não pode fazer.
Por conta disso, o conceito de criança livre é resgatar essa energia de criatividade, não de modo necessariamente infantil – ela pode, inclusive, ser exercitada junto ao nosso lado adulto – mas de um jeito novo e inspirador.
Toda vez que vamos para um ambiente para se divertir ou de criatividade, estamos exercitando nosso lado criança livre. Essas são formas práticas de exercitar isso, porque a tendência natural nossa é seguir estritamente as regras. No caso, estar no ego criança livre não é transgredir as regras, mas sim encarar as coisas de um jeito mais leve, solto e puro.