5 CONDIÇÕES PARA QUE A CRIANÇA TENHA UMA AUTOESTIMA SAUDÁVEL

Que pai que não se preocupa com o futuro do seu filho(a)? Nesse mundo de incertezas e constante mudança, tudo o que era certo muda de uma hora para outra e, diante desse cenário, fica cada vez mais desafiador educar e criar os filhos, não é mesmo?

Tenho percebido em muitos atendimentos que o momento atual despertou nos pais de jovens adolescentes uma preocupação enorme em relação à autoestima e aos comportamentos e pensamentos dessa geração que, em breve, estará atingindo a vida adulta e que de alguma forma precisa dar conta da vida como um todo.

A criança vem ao mundo totalmente depende e, com uma boa educação, deve tornar-se um adolescente que se respeita, é responsável por si e capaz de reagir aos desafios que a vida traz com competência, sem fugir. Futuramente se tornará um adulto que sustenta a si mesmo emocionalmente, intelectualmente e financeiramente.

Isso só é possível de se alcançar se as bases forem sólidas e bem estruturadas. Para uma boa autoestima existem fatores internos (crenças, ideias, práticas, decisões e comportamentos) e externos (mensagens verbais e não-verbais transmitidas pelos pais, professores, pessoas que tem uma ascensão sobre a criança e adultos que sejam significativos na vida dela).

A primeira infância é um período muito determinante para que nos tornemos adultos mais estruturados. É nessa fase de crescimento que podem acontecer os bloqueios e os desvios da evolução da criança, ela pode ficar fragmentada e estacionar num nível de maturidade muito aquém daquilo que ela precisa para dar conta da vida quando ela for adulta.

Recentemente, estudando sobre o assunto, me deparei com uma pesquisa de Stanley Coopersmith que traz 5 condições para que uma criança tenha uma boa autoestima.

Inicialmente, é muito importante ressaltar algo que ele observou: fatores como a condição econômica da família, grau de instrução, classe social, localização geográfica e presença constante da mãe não eram fatores correlacionados com a autoestima saudável da criança.

Coopersmith observou em sua pesquisa como um fator realmente significativo a qualidade do relacionamento entre a criança e os adultos mais importantes para ela.

 

Ele observou 5 condições nessas crianças:

1. Elas experimentam total aceitação de seus pensamentos, sentimentos e valores pessoais

Crianças que tem um bom relacionamento com os pais ou adultos, sentem-se aceitas sobre quem elas são, como elas pensam e o que elas sentem. Por isso, desenvolvem valores importantes para a vida.


2. Elas operam dentro de um limite claramente definido e praticado

O segundo ponto é ter limites claramente estabelecidos, justos e negociáveis. Esses limites geram senso de segurança, pois quando o adulto demonstra confiança nas crianças, elas se sentem tratadas de forma digna como seres humanos, e conhecem desde cedo a importância do respeito e da dignidade.

É importante negociar as regras com autoridade, e não autoritarismo. Autoridade se constrói a partir do exemplo, da explicação e da comunicação clara. Já o autoritarismo é uma imposição – um manda e faz o outro obedecer.

Além disso, também é fundamental levar os pedidos e as necessidades dos filhos a sério mesmo que não possa atender a todos, sem usar de violência ou manipulação.


3. Elas conhecem o respeito por sua dignidade como Seres Humanos

Ao serem ouvidas, ao se expressarem e ao se sentirem respeitadas. O diálogo é muito importante, pois a criança entende só pelo “campo” que está presente. Às vezes ela não entende as palavras que estão sendo ditas, mas sente de alguma forma o que está acontecendo.


4. Os pais mantém altos padrões e altas expectativas em termos de comportamento e desempenho de seu filho

Os pais de crianças com boa autoestima nunca dizem “Você pode ser qualquer coisa”. Esses pais transmitem suas expectativas morais e comportamentais de forma clara e respeitosa, e desafiam a criança com amor a ser o melhor que ela pode.


5. Os próprios pais tendem a apresentar alto nível de autoestima

Os pais ou adultos responsáveis pelas crianças são as maiores referências que elas possuem. Por isso, se os pais tiverem uma boa autoestima, esse será o padrão que a criança conhecerá.


Essa pesquisa foi realizada em 1994, mas acredito que ainda traduz muito bem a realidade sobre como podemos ajudar nossos filhos e netos a se tornarem jovens e adultos que nutrem bons pensamentos a respeito de si.

E nunca é tarde para começar a mudar alguns hábitos e comportamentos. Olhar para dentro de si e buscar as respostas na sua infância e na sua história de vida possibilita que você quebre padrões não ok em você. Consequentemente, você demonstrará pelo exemplo às futuras gerações o quanto é importante nutrir amor por si mesmo.

A questão externa é uma pequena parte da nossa autoestima – somos causa e não apenas efeito. Todas as escolhas que fizemos desde a nossa infância até os dias de hoje geraram resultados positivos ou negativos, e esses resultados nos tornam quem somos hoje.

 

Quais escolhas você irá ajudar seu filho a fazer?
Como digo sempre: o cuidado é o melhor amigo do amor.

Um abraço, 
Dirce Katayama

 

 

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