As festas de fim de ano somadas ao início de um novo período que acaba de começar acabam por ser, quase que obrigatoriamente, felizes. Há uma necessidade de alegria e festividade em qualquer canto que você vá. Porém, esse momento de celebração também pode significar tristeza e luto: um ente querido que se foi há pouco tempo, um casamento desfeito, a perda de um grande amor, de um emprego e por aí vai.
Por que ficamos mais tristes no fim do ano?
Essa associação acontece, justamente, pela representatividade das festividades de fim e de começo também. Sejam elas Natal, réveillon, férias, planos e metas para um ano melhor etc. Os motivos variam, assim como o gatilho para a sensação de dor ou desconforto: montar a árvore de Natal, a decoração e as músicas natalinas, uma ceia com a família reunida etc. As primeiras datas são muito duras, porque a pessoa que perde algo ou alguém ainda está tateando em busca de ressignificações na nova configuração da sua vida.
Toda vez que houver uma perda, seja de um ente querido ou de um bem material o sentimento que vai aparecer é a tristeza. Um sentimento, aliás, que te leva a desistir. Essa tristeza pode até atingir um nível profundo, como de depressão. Porém, o problema maior não está na depressão, está na perda de sentido da vida. É como se a ida desse ente querido tirasse a razão para continuar existindo e isso é muito comum entre idosos, por exemplo.
Quando um dos idosos parte, o que fica tem o sentimento de que a razão de sua vida também se foi e, justamente isso faz com que ele desista da vida. O quadro depressivo pode estar associado a existência de um quadro psicopatológico de depressão e fazer com que ele desista de querer se mover. Por isso, o maior perigo na perda de alguém é a falta da razão de viver. Ele precisa de ajuda para entender que a dor da perda é real, que está vivendo a ausência de um ente querido e que tem o direito de vivenciar àquela dor – dentro da psicologia num prazo de seis meses – mas não desistir da razão de viver. É preciso viver o luto, expressar a dor, liberar a dor da perda.
À medida que o indivíduo se dá o direito de viver sua dor, ele começa a deixar de acumular as tristezas. É importante lembrar que uma perda do passado fica registrado na memória e que isso, somando-se ao sofrimento atual se torna extremamente intensa e essa somatória fica desproporcional. Mas não podemos jamais abrir mão de nossa razão de viver. Um ente querido não iria querer isso de nós.
Como lidar com quem sofre a perda?
Quem sofre com a perda precisa de acolhida. Ela precisa expressar seus sentimentos, ter alguém para ouvir suas dores. Esse suporte ajuda o indivíduo a não perder a razão de viver, a encontrar novamente um sentido para a vida. Inclusive, no Núcleo Ser Treinamento, ajudamos as pessoas a retomarem suas vidas num processo de mentoria, guiando-as e orientando-as a descobrirem suas competências e ajudando a superar suas limitações. Existe, também, uma técnica específica que aplicamos aqui onde auxiliamos o indivíduo a rever a situação. Isso, porque, normalmente, na perda ficam assuntos pendentes. Sempre há algo que o indivíduo que fica gostaria de ter dito, feito, enfim. Seja numa morte ou no fim de um relacionamento, por exemplo. É isso que, normalmente, causa maior dor. Então, aqui, damos a oportunidade de o indivíduo rever essas situações e expressar tudo o que ele precisa de uma forma adequada. Assim, ele pode se livrar do sentimento de culpa, de dor, de mágoa e trazer um significado positivo para continuar levando a vida. Damos a oportunidade que ele precisa de transformar o que ficou de negativo em positivo, ajustar aquilo que o indivíduo gostaria de fazer e não fez.
Não transforme seu projeto de vida, que tem tudo para dar certo, em dor e lágrimas. Você será um ser humano fascinante se se permitir a superar seus próprios limites!