Esse assunto é um pouco delicado de ser falado porque nem todas as pessoas têm condições de trocar de emprego com facilidade. Mas vamos conversar aqui sobre mudanças na rotina do trabalho, processo de ressignificação e quando é a hora de partirmos para outros mares.
A hora certa de mudar de emprego depende muito das condições e recursos que temos para isso. A novidade sempre nos encanta e assusta ao mesmo tempo. Precisamos refletir como será nossa vida em outras situações – mas não podemos ficar presos nisso e deixar de decidir coisas. Quando recebemos uma proposta de emprego que nos trará um retorno financeiro interessante e com maior estabilidade é claro que temos a tendência de abraçar de primeira. Ou quando estamos insatisfeitos com o atual emprego também podemos encarar a primeira coisa que pinta
Antes de falarmos sobre ser feliz no ambiente de trabalho temos de desconstruir do nosso imaginário de que é preciso trabalhar com o que gosto. Talvez aí more boa parte das frustrações que vemos. Nem sempre por gostar de algo significa que necessariamente temos de trabalhar naquela área ou temos vocação para exercê-la. Forçar isso pode até fazer com que percamos o encanto por tudo!
Vou dar um exemplo real da minha vida: eu sempre gostei muito de cozinhar. Inventar pratos novos, combinações diferentes e aprimorar receitas tradicionais, mas sempre fiz isso por hobby. Se no começo da minha vida profissional eu tivesse escolhido essa carreira ao invés da medicina, pode ser que eu tivesse algum sucesso na gastronomia, mas será que valeria a pena? Não que viver de cozinhar seja algo ruim, muito pelo contrário, tenho um grande amigo que é um dos melhores chefs da culinária japonesa do Brasil, mas para algumas pessoas esse dom é bem utilizado na vida profissional, e para outras pessoas faz mais sentido utilizá-lo aos finais de semana…
Já a medicina, profissão que escolhi, me trouxe um gama enorme de oportunidades, reconhecimento e retorno financeiro e a migração para a área de treinamento me fez consolidar a certeza de que essa é uma nova forma de cuidar das pessoas. Então é necessário sair um pouco do mundo imaginário e ter os pés na realidade.
O que quero reforçar é que, quando possível, devemos alinhar nossa carreira ou profissão com nossa realização pessoal. Não adianta uma parte da minha vida estar bem e outra não, todas as partes acabam sendo afetadas. Mas não podemos forçar a barra quando notamos que não temos inclinação para tal coisa, ou que uma carreira desejada traz pouca sustentabilidade financeira no longo prazo.
Quando nos conhecemos suficientemente bem, gastamos um pouco mais de tempo tomando decisões amadurecidas. Caso você tenha perdido o encanto pelo seu trabalho, procure investigar quais foram os motivos e veja se existe realmente a necessidade de mudança, se talvez um novo curso ou forma de trabalhar não te anime. Caso todas as formas de mudança dentro da realidade existente não te atentam: Arrisque, mude!