Procrastinação: um hábito comum

Por que fazer hoje o que posso deixar para amanhã? Certamente você já pensou nisso ou até mesmo já deixou algo para depois. A procrastinação é o ato de adiar tarefas que têm de ser realizadas. Essa prática é mais comum em estudantes e professores, mas diversas pessoas, em algum momento do trabalho, acabam procrastinando. Geralmente, ela é associada a preguiça, mas as suas causas podem ter um fundo psicológico, como mostra uma pesquisa publicada na revista científica Psychological Science. O estudo aponta que a procrastinação está mais relacionada com o gerenciamento das emoções do que propriamente com o tempo.

Uma outra causa comum é a falta de interesse e identificação com a atividade a ser desenvolvida. Pegando novamente alunos como referência, se um trabalho acadêmico não motiva ou traz alguma satisfação em realizá-lo o aluno poderá abandonar a proposta a qualquer momento. O pesquisador e psicólogo Tim Pychyl, da Universidade de Carleton no Canadá, estuda esse fenômeno há pelo menos duas décadas e, em sua avaliação, a procrastinação é um dos maiores problemas educacionais na atualidade.

Quem sofre de procrastinação na maioria das vezes têm consciência do quanto ela é prejudicial para si e que pode trazer problemas a médio e longo prazo. Aliás, prazos grandes são péssimos para procrastinadores. Um estudo publicado na Harvard Bussines Review, mostra que aparentemente é mais agradável ter um prazo longo para realizar uma atividade, porém a chance de o indivíduo abandonar a atividade é muito alta.

Como podemos lidar com o excesso?

Não significa que o indivíduo que procrastina não possui compromisso com o trabalho ou a atividade. É necessário entender o porquê de ele não estar conseguindo realizar a tarefa e trazer para a sua consciência que essa atitude pode finalizar em resultados negativos para ele e para o grupo com o qual trabalha. Não se deve culpabilizar a pessoa que procrastina, a culpa já é um complexo que ela mesma desenvolve pelo ato de postergar.

Para começar a resolver, temos 5 passos:

  1. Se pergunte: “Como me sinto diante desta tarefa?” Perceber nosso estado emocional é o primeiro passo. Quadros de ansiedade, estresse e até mesmo depressão podem fazer parte de procrastinadores. Se isso estiver acontecendo com você é bom procurar ajuda especializada.
  2. Faça a si mesmo a seguinte pergunta: “Como vou me sentir quando eu terminar isso?” Perceba quais são as recompensas de se iniciar e terminar a ação.
  3. Defina uma pequena parte que possa ser executada desta tarefa e faça imediatamente. Por exemplo: Se você precisa redigir um email com uma resposta para um cliente, talvez o primeiro passo seja ligar o computador ou abrir um aplicativo no celular.
  4. Logo em seguida dê o próximo passo, e continue na execução. Você vai perceber que assim que você inicia realmente a ação, naturalmente nos envolvemos na atividade, e isso passa a se tornar mais prazeroso.
  5. Comemore o progresso que você teve. Isso estimula o centro da recompensa no cérebro a querer repetir o processo todo. Apontamos em outro artigo o a técnica Mindfulness, meditação para uma consciência plena, ela pode ser usada, para aquietar a mente e ajudar a focar naquilo que precisa ser feito.

A partir daí, começa a fica mais fácil estabelecer metas claras e listar as tarefas que estão para serem feitas.

E pouco a pouco você pode seguir na direção de seus objetivos, e mudar o hábito de procrastinar, executando um passo de cada vez, e celebrando cada pequeno avanço realizado!