Em um parque um menino de 5 anos corria atrás das bolhas de sabão que ele mesmo assoprara. Estava fazendo isso há muito tempo, mas a cada bolha de sabão que conseguia tocar soltava uma gargalhada alta e alegre. Um homem, observando-o desde o início, ficou fascinado pela alegria que transbordava daquela criança. No início nem percebera que ele também ficara feliz, mas depois notou: tinha sido contagiado por aqueles olhos que brilhavam, pela vitalidade daquelas mãos pequenas que, brincando, alcançavam as bolhas no ar.
Logo a seguir esse homem colocou-se em pensamento no lugar daquela criança. Sentia que soltava as bolhas e depois corria atrás para tocá-las. Era como se voltasse a ser criança. Ele relembrou que na infância enxergava – nas mil cores e imagens refletidas na bolha – tudo o que estava à sua volta: seus pais, seus amiguinhos, as casas, os carros, as flores do jardim… Então, quando tocava a bolha, sentia-se poderoso e invencível, alcançando o mundo à sua volta.
Nesse instante recordou do que o levara ao parque: a sensação de vazio, de estar perdido. Há muito tempo vivia assim, exausto, angustiado, sem ânimo para nada. Naquele dia se recusara a trabalhar, pois nada mais tinha sentido em sua vida; estava na desesperança.
Ao ver a criança correndo atrás da bolha de sabão percebeu, com profundo pesar, que há muito tempo parara de sonhar, como sempre fizera na sua infância. Na vida adulta tinha conseguido alcançar o mundo à sua volta e, até então, achava que isso era tudo.
Percebeu que perdera o hábito de sonhar, que era o que lhe dava o impulso e o motivo para a ação. Naquele instante reencontrou a leveza dentro de si. Tinha percebido o caminho que o conduziria à alegria novamente. Sabia que sabia sonhar, e sabia que um dia aprendera a correr atrás dos seus sonhos.
“Sonhos são como moldes que a mente cria, é onde a matéria será atraída para manifestar-se nessa terceira dimensão.”
“ Sonhar é estar desperto para os anseios mais profundos da sua alma.”
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